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Por que é tão importante estar atento aos atrasos no desenvolvimento da criança?


O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtono do neurodesenvolvimento caracterizado por problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. Atualmente, estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum tipo de autismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para o membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Ricardo Halpern, esse crescimento está relacionado a vários fatores, entre eles é o próprio aumento do estudo da doença, que leva a mais casos serem reconhecidos e diagnosticados . Além disso, estudos recentes relacionaram o aumento da poluição com maior número de casos, além de existir uma base genética. Os mecanismos envolvidos são epigenéticos, ou seja, uma interação de gatilhos ambientais, com uma alteração genética.

Autismo SPRS

O elemento principal, segundo o médico, é que os pais e médicos estejam muito atentos para o diagnóstico mais precoce possível.

- A importância disso está no fato de que as intervenções que acontecem nos três primeiros anos de vida (quando há a maior janela de plasticidade do sistema nervoso central) podem modificar de forma significativa o curso do quadro clínico. Quanto mais cedo se faz a intervenção, maior a possibilidade de usar essa neuroplasticidade para mudar as redes neurais e provocar os estímulos adequados para a criança – explica.

É importante, porém, estar atento a outros fatores conjunturais. No primeiro ano de vida, esses sinais não são características unicamente do transtorno espectro autista, mas estão ligados, segundo o médico, a aquilo que pode ser chamado de "red flags", que são sinais de alerta.

- Eles mostram que algo não está bem no desenvolvimento da criança. Uma das grandes chaves dessa questão é não pensar apenas no espectro autista, mas sim nos atrasos que acontecem no desenvolvimento. A partir daí, conseguimos colocar um olhar diferenciado nas etapas de desenvolvimento. Entre os sinais mais comuns estão a pouca reciprocidade social da criança com os pais ou familiares; o olhar e gestual mais empobrecidos, e atrasos de motricidade fina e ampla. A maioria dos sintomas vão ficando mais consistentes a partir do segundo ano de vida - completa.

Uma pesquisa recente realizada no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) diz que o autismo atinge ambos os sexos, e todas as etnias, porém o número de ocorrências é maior entre o sexo masculino (cerca de 4,5 vezes). O transtorno não possui cura e suas causas ainda são incertas, porém ele pode ser trabalhado, reabilitado, modificado e tratado para que o paciente e suas famílias tenham a melhor qualidade de vida possível.

Redação: Marcelo Matusiak
PlayPress Assessoria de Imprensa

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