O Agosto Dourado é dedicado a ações em prol da amamentação e o tema é uma das bandeiras da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SRPS). Em todas as situações consideradas especiais para o aleitamento materno o pediatra deve ser procurado para orientar o melhor manejo de modo que a amamentação seja mantida, mesmo em situações adversas.
O médico pediatra, Leandro Meirelles Nunes, afirma que é natural a angústia das mães e, por isso, é fundamental que ela se sinta acolhida e tenha uma relação de confiança com o médico para superar qualquer dificuldade. Ele lembra que para todos os mamíferos a amamentação é um ato natural, menos para espécie humana. As mães devem, portanto, ser escutadas em suas dificuldades, incentivadas e auxiliadas no processo de amamentação.
- No caso de mães que tenham bebês prematuros e que necessitem de internação em unidade de terapia intensiva neonatal, é importante que a mãe inicie o ordenha do leite materno nas primeiras horas após o parto, a fim de manter a produção do leite e que este seja armazenado em bancos de leite para posteriormente, quando em condições, o bebê receba o leite de sua própria mãe - explica.
O médico explica que no caso de fenda palatina e lábio leporino, se a mãe adotar a posição de cavalinho durante a amamentação, isto é, o bebê ficar sentado numa das coxas, de frente para a mama e a mãe a segurá-lo, apoiando suas costas, a amamentação não trará qualquer risco ao bebê. Essa posição, por vezes, é muito útil também nos casos de prematuridade e hipotonia do bebê. Quando ocorrem disfunções orais será necessária avaliação detalhada por parte do pediatra, em conjunto com a fonoaudiologia, a fim de planejar a melhor estratégia para o sucesso do aleitamento materno.
Outro cenário desafiador é o de gêmeos ou crianças com idade muito próximas. O alerta é que pela natureza da mãe é possível que tenha leite suficiente para amamentar duas crianças ao mesmo tempo.
- No caso de uma mulher que estiver amamentando seu filho engravidar novamente não é necessário que ela interrompa a amamentação durante essa nova gestação. Exceção a isso seria a mulher que comprovadamente esteja em trabalho de parto prematuro. Após o nascimento do bebê, ela pode manter a amamentação para os dois filhos, desde que o bebê seja o primeiro a receber as mamadas – acrescenta
Para mães adotivas, também é preciso cuidado. Mães adotivas que tenham o desejo de amamentar podem produzir leite para alimentar seu filho. Para isso deve-se fazer um trabalho de aconselhamento, a realização de relactação e por vezes pode ser necessário o uso de medicamentos que estimulem a produção de leite.
O médico Leandro Meirelles Nunes é professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRGS e membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Redação e foto: Marcelo Matusiak
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