A amamentação é inerente à condição humana. No entanto, as dificuldades continuam acontecendo nesse processo, e uma das principais causas, segundo o médico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Roberto Issler, é a falta de apoio para mãe. Nos locais de trabalho ainda ocorrem restrições que podem ser físicas ou comportamentais. No âmbito familiar, também há casos de familiares que desestimulam.
- A maioria das mães quer amamentar, mas muitas vezes não encontra o ambiente para isso. É preciso tomar atitudes que em hipótese alguma venham a impedir, dificultar ou dar mensagens inibidoras. Todas mulheres têm condições de produzir o leite para o seu bebê, e estudos recentes mostram que há efeitos a médio e longo prazo. O leite materno previne situações agudas como infecções respiratórias e otite. A médio e longo prazo já existem estudos que mostram uma ação preventiva ao colesterol alto e à obesidade infantil - disse.
O pediatra tem o papel fundamental no incentivo à amamentação, pois é o primeiro profissional que vai ter contato com o bebê, e muitas vezes durante a gestação, em consultas de pré-natal. O pediatra que atua no sala de parto tem um compromisso muito grande de proporcionar que se estabeleça o aleitamento materno de maneira adequada.
- Quando há esse cuidado desde o início, muitas vezes se evitam dificuldades posteriores promovendo a amamentação de uma forma prazerosa e efetiva para a mãe e para o bebê - completa.
A amamentação, como alimentação essencial no primeiro ano de vida, já é bastante difundida. O pediatra José Vicente Spolidoro, no entanto, chama a atenção para que seja feito um acompanhamento sempre com o pediatra que vai avaliar o crescimento e desenvolvimento do bebê nesse período.
- A amamentação é o elemento mais importante, sem dúvida, e vai atender todas as necessidades. Nas crianças que, por algum motivo, isso não é possível, o indicado é o uso de fórmulas infantis. Hoje elas atendem bem às demandas nutricionais que permitam um crescimento harmônico e seguro. As diferenças entre as marcas são sutis, e os pais devem analisar a relação custo-benefício - explica.
A nutricionista e consultora Internacional em Lactação, Rosane Baldissera, reforça que o leite materno é o melhor alimento do mundo.
- Temos inúmeros componentes no leite materno que são feitos para nossa espécie. Além de oferecer todos nutrientes, tem o diferencial do que chamamos de material vivo, que são hormônios e células de defesa - disse.
A recomendação mundial, endossada pela OMS desde a 54º Assembléia Mundial da Saúde realizada em Genebra, em 2001, é a de que o aleitamento deve ser exclusivo até os 6 meses e complementado através da adição de alimentos variados até os dois anos ou mais.
Redação e fotos: Marcelo Matusiak
PlayPress Assessoria de Imprensa
Endereço da Sociedade de Pediatria do RS
Av. Carlos Gomes, 328 - Sala 305 - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
CEP 90480-000 - Fone: (51) 3328.6337 - Fax: (51) 3328.4062
E-mail: sprs@sprs.com.br