Desmitificar a áurea e glamour que a droga sempre trouxeram através de modelos familiares e publicidade é um dos maiores desafios para quem lida com crianças e adolescentes. O tema preocupa pais e médicos e o consenso é que o melhor tratamento é a prevenção.
- Não adianta apenas dizer que a droga é ruim. O principal aspecto a ser salientado é a prevenção. Quanto mais tarde o adolescente tiver contato, menor o malefício. Assim como cresce a mão, o pé e o corpo como um todo, o cérebro também vai sendo desenvolvido. Quando as drogas agem no cérebro não sabemos se o dano será reversível ou não no futuro. Trabalhos atuais mostram que quem usam maconha tem um déficit cognitivo com baixa no QI de até 8 pontos. Além disso, a maconha faz com que o jovem perca habilidades em áreas específicas que serão usadas na vida adulta - explica a médica da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Lilian Day Hagel.
Para a pediatra, o modelo dos pais é fundamental.
- Não posso dizer que não pode fumar, se eu fumo. Não posso afirmar que o álcool é ruim, se eu bebo em casa. O que a criança vê é muito mais marcante do que aquilo que ela ouve. Além disso, não dá para usar meias palavras. Se quer que o adolescente não experimente, os pais devem ser muito claros - disse.
O tema é estudado internacionalmente e traz estatísticas, geralmente, preocupantes. Segundo dados do National Center on Addiction and Substance Abuse da Columbia University, três quartos dos estudantes já experimentares cigarros ou bebidas alcóolicas, e mais da metade destes, ou seja, 46,1%, são usuários correntes. As diretrizes recentes da American Academy of Pediatrics (AAP) mostram que o uso de drogas ilícitas e álcool está associado com altas taxas de morbidade e mortalidade. Mais de 30% das mortes entre adolescentes estão associadas com o usol de álcool ou outras substâncias tóxicas.
Redação: Marcelo Matusiak
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