Um distúrbio do sistema imunológico que faz com que o corpo não reconheça suas próprias células do fígado. A hepatite autoimune (HAI), que afeta principalmente mulheres com menos de trinta anos, foi um dos destaques no segundo e último dia do Simpósio Paloma Jara/Themis Reverbel da Silveira, promovido pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), no Hotel Sheraton, em Porto Alegre. O evento reuniu, no domingo (29/04) e segunda-feira (30/04), grandes nomes do cenário nacional e internacional em gastroenterologia pediátrica.
As médicas Gilda Porta e Marcela Galoppo apresentaram resultados de estudos realizados no Brasil e na Argentina sobre a hepatite autoimune e insuficiência hepática aguda.
- Fizemos um mapeamento para saber o que acontece com a hepatite autoimune em nosso país e concluímos que a situação da doença é mais grave no Brasil do que no resto do mundo. O tipo mais comum é a hepatite 1, prevalente no sexo feminino e se apresenta de forma precoce nas crianças com hepatite autoimune Tipo 2 – afirmou Gilda Porta.
A pediatra Irene Miura trouxe, em sua aula, informações da insuficiência hepática aguda, uma síndrome clínica e complexa, de evolução fatal quando não diagnosticada e tratada precocemente.
- A prevalência da doença é de 17 casos a cada mil habitantes por ano, nos Estados Unidos. A hepatite E, dengue e febre amarela são os principais vírus causadores desta patologia. Com a introdução de complexos protocolos de cuidados intensivos, observamos, nas últimas três décadas, uma queda considerável na incidência de edema cerebral e hipertensão intracraniana, que estão entre as principais consequências da patologia – relatou Irene.
A conferência magna do Simpósio foi realizado pela médica de Madrid que intitula nome ao evento. Paloma Jara falou sobre hepatites virais em crianças, detalhando o trabalho realizado na Europa.
Segundo a gastroenterologista pediátrica Débora Duro, que atua em Miami, nos Estados Unidos, a reabilitação intestinal e nutricional também estão ligadas ao modo como a família recebe a notícia e as informações dos médicos.
- Conseguimos fazer com que crianças pequenas vivam com um intestino curto de alguns centímetros. O que percebemos é que os pais são fundamentais para o desenvolvimento dos filhos, pois são eles que seguem nossas orientações diariamente, e que, com as nossa ajuda, fazem com que os pacientes consigam sobreviver - avaliou.
A médica norte-americana Marialena Mouzaki trouxe suas experiências sobre doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA, ou NAFLD em inglês) e a esteato-hepatite não alcoólica (EHNA ou NASH, em siglas em inglês) em pacientes não obesos. De acordo com ela, em muitos casos, o problema não é identificado por não apresentar obesidade. A especialista lembra que as doenças são, hoje, a causa mais frequente de doença hepática nos países ocidentais.
O gastroenterologista pediátrico de Barcelona, na Espanha, Francisco Javier Martín de Carpi, ministrou palestra sobre doença intestinal pediátrica. O médico Hector Escobar, também de Barcelona, abordou novos tratamentos em fibrose cística. Casos de cirurgia na Hipertensão Portal foram explicados pelo médico norte-americano Riccardo Superina.
O simpósio foi encerrado com uma mesa-redonda sobre estudos experimentais em gastroenterologia no Brasil. A médica de São Paulo, Cláudia Oliveira, mostrou sua pesquisa sobre doença hepática gordurosa não alcoólica, enquanto o médico de Porto Alegre, Mário Reis Alvarez-da-Silva, mostrou avanços na pesquisa sobre doença hepática gordurosa alcoólica. O Simpósio Paloma Jara aconteceu nos dias 29 e 30 de abril no Centro de Eventos do Hotel Sheraton.
Os pediatras gaúchos já começam a contagem regressiva para o XI Congresso Gaúcho de Pediatria, que ocorre entre 16 e 19 de maio, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre (RS). Outras informações podem ser obtidas no site gauchopediatria.com.br.
Redação e fotos: Mariana da Rosa
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