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Verão exige atenção redobrada com a saúde das crianças


Durante as férias de verão muitas famílias viajam e aproveitam os dias de folga. Porém, em alguns casos, as crianças começam a apresentar sintomas de que algo não está bem. As doenças de verão são comuns e atingem as crianças de todas as idades. Por isso, pediatras da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) alertam sobre os principais problemas que afetam os pequenos nesta época do ano.

A presidente da SPRS e gastroenterologista, Cristina Targa Ferreira, explica que uma das reclamações dos pais no verão é a gastroenterite, que pode ser causada por vírus ou por intoxicação alimentar.

- Para evitar a gastroenterite causada por vírus, é importante lavar as mãos com frequência. Além disso, evitar que uma criança infectada entre em contato com outras pessoas, evitando o contágio. Já a gastroenterite por intoxicação alimentar pode ser evitada com a armazenagem correta dos alimentos, não bebendo água que não seja tratada e comer apenas em locais que tenham uma origem reconhecida – destaca Cristina Targa Ferreira.

Os principais sintomas da gastroenterite são vômito, diarreia e febre. O tratamento pode ser realizado em casa, sem a necessidade de procurar um médico, desde que a criança beba bastante líquidos e seja hidratada. Outra dica é não suspender a alimentação e oferecer o alimento habitual nas refeições. A doença dura de 24h até cerca de sete dias. Caso o paciente fique muito prostrado e com febre muito alta, é recomendável levar ao médico.


Otite

Os incômodos com otites também mais são frequentes no verão. Segundo a otorrinolaringologista da SPRS, Berenice Dias Ramos, o problema normalmente está relacionado com a água neste período do ano.

- A otite externa é muito frequente nos meses de verão devido aos mergulhos, pois o calor e a umidade favorecem o crescimento de fungos e bactérias. Os banhos de piscina, de mar ou de banheira só ocasionam otite externa se a criança ficar por muito tempo com os ouvidos submersos. As otites estão mais frequentes também devido ao uso prolongado de fones de ouvido, pois o calor favorece as infecções. Portanto, uma forma de prevenção seria orientar as crianças para que não fiquem todo o tempo com os ouvidos dentro d’água e evitem o uso de cotonetes e de fones de ouvido neste período - afirma Berenice Dias Ramos.

Segundo a especialista, a primeira atitude, quando a criança começa a reclamar de dor no ouvido, é suspender os mergulhos, pois eles pioram o quadro. Depois, administrar analgésicos orais. Se a dor for intensa, utilizar calor seco na orelha, como uma bolsa de água quente ou uma fralda aquecida por ferro de passar roupa. O médico deve ser consultado para confirmar o diagnóstico e estabelecer qual a melhor medicação a ser utilizada. Geralmente, as otites externas resolvem apenas com o uso de gotas otológicas e analgésicos, não necessitando antibioticoterapia oral.
 

Conjuntivite

O cuidado com os olhos também precisam ser redobrados nas férias de verão. Segundo a oftalmologista da SPRS, Gabriela Eckert, a conjuntivite é dividida em dois tipos: conjuntivite irritativa e conjuntivite infecciosa. No primeiro caso, o problema pode ser causado por excesso de sol ou por excesso de água, principalmente com as crianças que ficam com os olhos abertos embaixo d’água. As conjuntivites infecciosas podem ser causadas por vírus ou por bactérias.

- Na conjuntivite solar, o olho fica vermelho e não existe perigo de contágio. O ideal é que a criança proteja a região dos olhos com boné ou óculos escuros. Também existe uma conjuntivite associada ao cloro da piscina, que pode ser evitada fechando os olhos embaixo d’água, ou usando óculos de proteção. Estes dois tipos de conjuntivite irritativa duram de dois a três dias e recomendamos usar um colírio lubrificante – explica Gabriela Eckert.

Para a conjuntivite causada por bactéria, de acordo com a oftalmologista, o tratamento é realizado com colírios antibióticos, recomendados por um médico. A conjuntivite por vírus, além de ser contagiosa, é tratada com colírios lubrificantes. Para diferenciar as duas conjuntivites, basta observar o olho da criança: se tiver pus durante todo o dia, é bacteriana; se for uma secreção sem pus e mais aquosa, é viral.

- Se o olho não melhorar depois de três dias, é aconselhado levar ao médico para tratamento com medicação adequada. Lembrando que não é indicado colocar qualquer colírio nos olhos das crianças. O ideal é colocar apenas colírios lubrificantes, comprados sem receita nas farmácias. Além disso, cada criança e cada membro da família precisa ter o seu colírio – salienta.
 

Insolação e brotoejas

A dermatologista pediátrica Ana Paula Manzoni destaca que as brotoejas ocorrem por causa do excesso de calor que as crianças pequenas passam. As bolinhas vermelhas são mais comuns no verão e podem ser evitadas deixando a criança com roupas leves e em locais frescos.

A insolação, também comum no verão, acontece quando a criança fica exposta ao sol sem proteção e por tempo acima do indicado. A alta intensidade da insolação pode acarretar queimaduras solares, febre e mal-estar. Muitas vezes, pode deixar a criança desidratada. O ideal é evitar a exposição solar entre 10h e 16h, utilizar proteção solar e proteção física, com roupas.
 

Redação: Mariana da Rosa
PlayPress Assessoria de Imprensa

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