Com 680 mortes por Influenza H1N1 no Brasil em 2016, pais e pediatras passam por um inverno de dúvidas, incertezas e preocupações. Com o objetivo de atualizar os médicos sobre como lidar com pais assustados, a Sociedade de Pediatria do RS (SPRS) realizou um talk show sobre a Influenza H1N1 em crianças. A conversa foi mediada pelos pediatras da entidade Benjamin Roitman, Juarez Cunha e Marcelo Scotta, e ocorreu durante o IX Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria.
- Os dados atualizados mostram que já tivemos aproximadamente 11.500 internações por Influenza, até o início da semana. Só de H1N1, foram 3.500 casos confirmados. No Brasil, já foram 630 óbitos. No Rio Grande do Sul, foram 72 mortes por H1N1. Aqui na capital, em Porto Alegre, foram 12 óbitos - afirmou o pediatra Benjamin Roitman.
Dados brasileiros mostram que 71% das mortes apresentavam fatores de risco. Porém, o médicos ficam preocupados com os 29% que não apresentavam nenhum fator de risco para a doença.
- Nós olhamos estes números e ficamos impressionados com os mortos que não tinham fatores de risco. Também nos preocupamos com o fato de que 11% das mortes são de crianças menores de cinco anos. A Influenza H1N1 é praticamente a mesma Gripe Espanhola que assolou o mundo há cem anos atrás. Como que, cem anos depois, ainda não sabemos muito dessa Influenza? Ainda temos apenas uma vacina e um medicamento - destacou o pediatra.
Em 2016, o Brasil teve 60 milhões de vacinas, sendo 55 milhões na rede pública e 5 milhões na rede privada. A procura foi tanta que logo os medicamentos acabaram.
- A cobertura vacinal foi muito rápida esse ano. Como tivemos alguns casos de morte, as pessoas ficam procupadas e buscam a vacinação, tanto na rede pública quanto na rede privada. No ano passado, não percebemos tanto medo da população. Muitas pessoas me perguntam se a vacina é efetiva. Um estudo dos Estados Unidos mostra uma efetividade de 54-91% - destacou o infectologista Juarez Cunha.
Sobre a escolha de quem vacinar, o pediatra Marcelo Scotta defendeu a criação de grupos de risco.
- Nós não temos vacina para toda população. São 55 milhões de vacinas para 200 milhões de pessoas. Precisamos criar um grupo prioritário, pois sabemos qual é a maior parte da população que morre em decorrência da Influenza - avaliou Marcelo Scotta.
O pediatra criticou os pais que mentem que seus filhos são asmáticos para conseguir vacina na rede pública.
- Um menino de dez anos, por exemplo, que não está em nenhum grupo de risco, pode se vacinar. Vai ser bom para ele, claro. Mas esse menino pode tirar a vacina de um idoso, ou de alguma criança pequena - finalizou.
Redação: Mariana da Rosa
PlayPress Assessoria de Imprensa
Endereço da Sociedade de Pediatria do RS
Av. Carlos Gomes, 328 - Sala 305 - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
CEP 90480-000 - Fone: (51) 3328.6337 - Fax: (51) 3328.4062
E-mail: sprs@sprs.com.br