Preocupações constantes nos consultórios médicos, hospitais e clínicas foram trazidas por especialistas nacionais e internacionais durante o segundo dia do IX Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria. O evento, que reúne mais de mil médicos no Centro de Eventos da PUCRS, encerra no sábado (04/06). Um dos mais importantes tópicos do dia foi a Influenza H1n1 em crianças. O tema foi debatido em um talk show com a presença de três pediatras da SPRS: Benjamin Roitman, Juarez Cunha e Marcelo Scotta. Os dados atualizados mostram que já tivemos aproximadamente 11.500 internações por Influenza, até o início da semana. Só de H1N1, foram 3.500 casos confirmados. No Brasil, já foram 630 óbitos. No Rio Grande do Sul, foram 72 mortes por H1N1.
A importância da suplementação da vitamina D para os lactentes foi também apresentada aos participantes. Pesquisas mostram que crianças que se alimentam exclusivamente do leite apresentam deficiência de Vitamina D. A pediatra dermatologista da Sociedade de Pediatria do RS, Ana Elisa Kiszewski Bau, falou sobre os benefícios da exposição moderada ao sol. De acordo com a dermatologista, existe um grupo de risco de crianças que precisam de suplementação. Além das lactentes, crianças com a pele escura, crianças com alguma limitação de exposição ao sol, crianças com má absorção de gordura, e crianças que utilizam alguns medicamentos específicos.
- Existe uma deficiência desta vitamina em lactentes, independente da região no Brasil e da estação do ano. Por isso, é recomendável a suplementação desta vitamina para lactentes - afirmou Ana Elisa Kiszewski Bau.
Para as mães que ficam na dúvida do uso do filtro solar, a médica explicou que o filtro solar não impede completamente a produção de Vitamina D da pele. Os fatores e proteção sempre deixam aproximadamente 10% dos raios passarem. Por exemplo, se utiliza filtro com fator 30, 3% dos raios passam pelo filtro. Porém, é importante destacar que crianças menores de seis meses não devem utilizar protetor solar e não devem ser expostas ao sol por mais de 15 minutos, segundo a médica.
A Obesidade Infantil recebeu um espaço de destaque no evento. O 2º vice-presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) Matias Epifanio, falou sobre a Obesidade Infantil e como isso afeta desde o social e psicológico até o funcionamento do corpo da criança.
A programação continua no sábado (04/06) a partir das 7h30min, abordando temas como composição de fórmulas infantis, controvérsias em pediatria, tuberculose, doenças respiratórias e vacinas.
I Fórum dos Programas de Residência em Pediatria do RS
Buscando uma melhor qualificação dos médicos brasileiros que cuidam das crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), realizou um fórum para debater o aumento do tempo de residência médica em Pediatria para três anos em todo país. O I Fórum dos Programas de Residência em Pediatria do RS ocorreu na manhã de sexta-feira (03/06) durante o IX Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria.
No fórum, o pediatra Dioclécio Campos Jr. falou sobre as novas demandas mundiais para a saúde das crianças.
- Todo processo de globalização humana deixou entendido que a criança precisa ter um cuidado mais intenso. É essencial que os pediatras pensem em identificar fatores do meio ambiente e como isso influencia no desenvolvimento das novas gerações. A sociedade já tem a percepção que precisamos nos debruçar em cuidados para os pequenos, que são o futuro. Pesquisa de 2007 da Sociedade Brasileira de Pediatria mostrou que 67% das mães querem levar seus filhos aos cuidados do profissional quando eles ainda estão saudáveis, ao invés de quando estão doentes - afirmou.
A pesquisa ainda mostrou que 98% das mães entendem que o médico que deve cuidar das crianças é o pediatra. O pediatra norte-americano Hazen Ham, convidado internacional do Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, explicou a importância do aumento da residência médica para a padronização mundial dos cuidados com as crianças.
- Nós criamos um currículo mundial de ensino que precisa ser implementado o quanto antes. Os três anos de residência médica vão transformar a educação no país, pois vai melhorar a qualidade da formação. O currículo foi construído ao longo de muitos anos e com o auxílio de profissionais de mais de 50 países. Quando começamos, muitos países nem tinham um relatório de residência - ressaltou.
Redação: Marcelo Matusiak e Mariana da Rosa
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Fotos: Mariana da Rosa e Marcos Silva Matte
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