A possibilidade de aumentar a licença maternidade para mães de bebês prematuros deixa ansiosos os pediatras da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS). De acordo com o neonatologista Ilson Enk, a mudança no tempo será muito positivo para a criança.

- As mães de prematuros têm o mesmo direito das mulheres que têm o filho a termo, o que impõe sérias dificuldades nos cuidados destes bebês após a alta hospitalar. Ocorre que os prematuros requerem longas internações em serviços de neonatologia, e, após a alta, são crianças vulneráveis, necessitando cuidados especiais. A permanência por mais tempo com a mãe, no domicílio, é medida essencial nestes casos - destaca Ilson Enk.

O plenário do Senado aprovou, no final de 2015, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta o tempo de licença-maternidade para as mães que têm bebês prematuros. O texto, hoje, está na Câmara dos Deputados para análise final e estabelece que o prazo de licença de quatro meses só começa a vigorar depois que o bebê sair da internação.

- O ingresso precoce em creches representa uma ameaça a crianças que foram prematuras, em face de apresentarem um sistema imunológico absolutamente despreparado para o contato precoce com microrganismos, usualmente prevalentes nos ambientes de cuidados coletivos - lembra.

Ainda segundo o neonatologista, as longas internações destas crianças demandam significativo desgaste para as famílias, com idas diárias ao hospital por semanas ou até meses. Esta situação resulta em esgotamento físico e psicológico, em internações repletas de insegurança, sentimento de culpa e incerteza quanto ao futuro dos pequenos pacientes. O prolongamento da licença viabilizará mais tempo e condições para o convívio em casa e recuperação da mãe após permanência longa, imprevista e indesejada, acompanhando o prematuro e suas complicações, ainda que o desfecho tenha sido favorável.

Redação: Mariana da Rosa
PlayPress Assessoria de Imprensa
Foto: Ana Meinhardt