Os perigos e os malefícios para as crianças que consomem refrigerante ou sucos artificiais são diversos. Por isto, a pesquisa que mostrou que 50% dos brasileiros com menos de 12 meses já experimentaram refrigerante deixou os pediatras preocupados com as atitudes que levam os adultos a oferecer a bebida aos pequenos. De acordo com médica do Comitê de Nutrologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Cláudia Hallal Gazal, toda oferta de líquidos nas refeições deve ser controlada, principalmente os sucos adoçados e os refrigerantes, que distendem o estômago.

- Já foi visto que o aumento da ingestão de refrigerantes, entre outras coisas, aumenta significativamente o aporte calórico e está associado a diminuição do consumo de leite, o que tem sido relatado nas últimas décadas. Lembrando que o consumo de leite recomendado para os pré-escolares é de cerca de 500 mL por dia, pois é a principal fonte de cálcio melhor absorvido. Além disto, várias são as doenças crônicas não transmissíveis associadas ao estilo de vida sedentário e alimentação com alto valor calorias, gorduras, açúcar e sódio, que podem ser associadas ao consumo de refrigerantes - salienta Cláudia Hallal Gazal.

Entre as doenças citadas pela pediatra estão câncer, hipertensão arterial sistêmica, diabete mélito, osteoporose, ateriosclerose, acidente vascular cerebral, obesidade e doença dental e oral.

- Refrigerantes e sucos artificiais podem dar o estímulo de saciedade precocemente. Isto pode levar a criança a não ingerir o aporte necessário de proteínas, vitaminas e micronutrientes que vêm dos alimentos. Por isto, recomenda-se oferecer água à vontade nos intervalos das refeições, para que a criança não sinta necessidade de ingerir líquidos na hora de comer - orienta.

Segundo a pediatra, os refrigerantes contendo xarope de milho são ricos em frutose, que podem levar a vários prejuízos à saúde, como não suprimir o hormônio da fome, transformar-se em uma substância que promove aumento dos ácidos graxos livres no fígado. Além disso, aumenta a produção de gordura hepática, forma resistência insulínica, aumenta o colesterol ruim (LDL) e os triglicerídeos, podendo também ser tóxico para as células do pâncreas.

- Já os refrigerantes tipo cola são ricos em cafeína, o que leva ao aumento da diurese e pode aumentar a sede pela grande quantidade de sódio, fazendo aumentar o consumo do refrigerante. Os refrigerantes com a presença de ácido fosfórico podem levar à desminerização óssea e dentária, além do aumento da excreção urinária de cálcio, aumentando o risco para doença óssea futura - ressalta.

A pediatra alerta ainda que os sucos naturais devem ser oferecidos apenas eventualmente, na quantidade máxima de 150 mL ao dia, devendo-se estimular o consumo de frutas.

Redação: Mariana da Rosa
PlayPress Assessoria de Imprensa