Evento voltado para a capacitação de médicos, enfermeiros e estudantes para o cuidado com os recém-nascidos ocorreu na Universidade Católica de Pelotas (UCPel)
Considerados um sucesso, com grande participação de público e assuntos variados, a XX Jornada Sul-Rio-Grandense de Neonatologia e o IV Encontro Sul-Rio-Grandense de Enfermagem Neonatal encerraram no sábado (27/06). Aproximadamente 500 pessoas acompanharam os três dias de capacitação, que tem o objetivo de qualificar médicos, enfermeiros e estudantes sobre os principais cuidados com os recém-nascidos. Organizados pela Sociedade de Pediatria do RS (SPRS), os eventos ocorreram na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e comemorou 20 anos.
- O evento sempre foi um sucesso, mas este ano nos superamos. Tivemos recorde de público e participação recorde nas palestras, tanto na Medicina como na Enfermagem. Saiu tudo perfeito e o mérito é da comissão organizadora, que conseguiu unir a comemoração dos 20 anos da Jornada, que iniciou em Pelotas, com o aniversário de 79 anos da SPRS, que foi na quinta-feira, dia 25 - comemorou a presidente da Sociedade de Pediatria do RS, Patrícia Miranda do Lago.
A próxima edição da Jornada de Neonatologia deve acontecer em 2017. O local ainda não foi definido, mas Patrícia Miranda do Lago adianta que o evento não deve ocorrer em Porto Alegre, com o intuito de inserir mais profissionais do interior do estado.
- A Jornada de Neonatologia acontece a cada dois anos. Para 2017, vamos buscar alguma universidade fora de Porto Alegre. Nossa intenção é realizar a inserção e a capacitação dos associados de longe da capital gaúcha - afirmou.
A chefe do Núcleo de Pediatria da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Regina da Silveira, também comemorou o sucesso do evento.
- Tínhamos uma grande expectativa com a Jornada de Neonatologia, por ser comemorativa e por ser um evento tão importante. Estamos muito felizes cm o resultado e com a participação essencial da comunidade cientifica. Foi uma honra organizar o evento e nos sentimos bastante realizados, com excelentes palestrantes e com muita adesão de alunos e pediatras - afirmou Regina da Silveira.
Uma das organizadoras do IV Encontro Sul-Rio-Grandense de Enfermagem Neonatal, a professora de Enfermagem da UCPel, Isabel Arrieira ficou muito contente com o evento.
- O resultado foi excelente. Tivemos experiências brilhantes que vão contribuir para o aprimoramento da enfermagem neonatal para a cidade de Pelotas e também para a região - relatou Isabel Arrieira.
Da esq. p/ direita: Pediatras Desireé Volkmer, Tanira Pires Barros, Manuel Ruttkay Pereira, José Aparecido Granzotto, e Enfermeira Ana Cláudia Vieira |
Testes para os recém-nascidos
O primeiro painel do dia teve as triagens neonatais como principais assuntos. A pediatra Tanira Pires Barros falou sobre o Teste do Pezinho. Diferente do que muitos pacientes acreditam, erroneamente, que o exame pode ser realizado durante todo primeiro mês de vida da criança.
- Ainda ouvimos nos consultórios que as mamães fazem o Teste do Pezinho até o 30° dia de vida do bebê. O que está muito errado. O exame deve ser feito entre o 3° e o 5° dia de vida da criança, independente do peso no nascimento ou no dia do exame. Pode ser realizado nas maternidades, nas unidades básicas de saúde ou em laboratórios privados - afirmou Tanira Pires Barros.
A importância de realizar o Teste da Orelhinha no primeiro mês de vida do bebê foi o destaque da palestra do pediatra Manuel Ruttkay Pereira. O médico apresentou estudos que mostram que o exame também não deve ser realizado no primeiro dia da criança.
- A audição do bebê está desenvolvida desde o nascimento da criança. Logo que nasce, ele tem dificuldade de entender, mas ouve o que ocorre ao seu redor. Todos os recém-nascidos precisam ser testados no primeiro mês. Porém, quando o teste é realizado nas primeiras 12 horas, os resultados anormais são muito maiores. Quando é realizado após 24 horas, os números diminuem. Após dois dias, os números são mais realistas - relatou Manuel Ruttkay Pereira.
O Teste do Coraçãozinho foi demonstrado pelo pediatra José Aparecido Granzotto.
- Gostaria que as crianças ficassem mais de 48 horas no hospital após nascer. O Teste do Coraçãozinho, quando realizado na maternidade, pode descobrir cardiopatias graves. Quanto antes forem detectados as anormalidades, mais rapidamente poderão ser tratados - ressaltou José Aparecido Granzotto.
Já a pediatra Desireé Volkmer esclareceu os motivos do Teste da Linguinha não ser incentivada pela Sociedade de Pediatria do RS. Segundo a médica, a pressa na realização deste exame pode causar falsos positivos e cirurgias desnecessárias.
- Diferente dos testes anteriores apresentados, o Teste da Linguinha é controverso. É lei desde 2014. É sugerido que seja realizado nas primeiras 48 horas do bebê. Porém, sabemos que a criança demora alguns dias para se adaptar fora da barriga da mamãe. Além disso, o pediatra realiza um exame integral no recém-nascido, inclusiva na cavidade oral - destacou Desireé Volkmer.
Menos dor e mais humanização
Fechando a primeira parte da manhã, a pediatra Marcia Andersson palestrou sobre o crescimento extrauterino restrito. A abordagem e o manejo da dor no recém-nascido foram debatidos pelo médico neonatologista Eduardo Jaeger e a enfermeira neonatologista Ana Cláudia Vieira.
- É muito importante discutir sobre o manejo e o tratamento da dor e do estresse em recém-nascidos. Hoje em dia, estamos nos preocupando mais com a qualidade de vida deles, não apenas com a mortalidade. Sabemos que a dor e o estresse podem afetar o cérebro desse bebê, alterando no futuro a percepção da dor, além da aprendizagem - ressaltou Eduardo Jaeger.
Já a enfermeira Ana Cláudia Vieira lembrou a importância dos enfermeiros para diminuir esta dor nos pequenos.
- A Enfermagem está constantemente ao lado desses pequenos pacientes, que são vulneráveis. Eles precisam de avaliações criteriosas e os enfermeiros precisam ser sensíveis para olhar a dor dessas crianças. Também precisamos implementar práticas do estudo da dor - relatou Ana Cláudia Vieira.
20ª edição da Jornada teve número recorde de trabalhos submetidos. Pediatras Eduardo Jaeger e Marcia Andersson. |
Trabalhos premiados
As inscrições para colocar e apresentar pôsteres durante a Jornada de Neonatologia também bateram recorde. Ao todo, foram inscritos 94 trabalhos. Para o evento, 50 foram escolhidos e permaneceram em evidência durante os três dias. Ao final, quatro alunas foram premiadas, duas de Medicina e duas de Enfermagem.
Na Medicina, as estudantes Bruna Cantarelli Costa e Cândida Ludke ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente. Na Enfermagem, as premiadas foram as alunas Danielle Bernardi Silveira e Cristine Martins da Rocha.
A XX Jornada Sul-Rio-Grandense de Neonatologia e o IV Encontro Sul-Rio-Grandense de Enfermagem Neonatal ocorreram no auditório Dom Antônio Zattera, na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Outras informações sobre os eventos podem ser obtidas no site www.sprs.com.br.
Redação e fotos: Mariana da Rosa
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