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A importância do atendimento ao RN em estrutura adequada e com equipe treinada - Nota oficial da SPRS

 

Nota Oficial da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul


 

Porto Alegre, 08 de maio de 2015.


À
Direção da Rádio Gaúcha

A Sociedade de Pediatria do RS (SPRS) parabeniza a Jornalista Rosane de Oliveira pela declaração lúcida e consciente feita no programa Gaúcha Atualidade, na manhã de hoje, salientando a importância do parto ser realizado em ambiente adequado (hospitalar), atendido por médicos capacitados, e também, sobre os riscos envolvidos em partos ditos humanizados e ocorridos em domicílios.

A necessidade de reanimação do recém-nascido é imprevisível e pode ocorrer mesmo em parturientes consideradas de baixo risco, e a demora em iniciar a reanimação ou a utilização de manobras inadequadas aumenta a morbidade e a mortalidade neonatal e as sequelas neurológicas, conforme Portaria do MS (Portaria SAS/MS 371/2014). O risco de morte ou morbidade aumenta em 16% a cada 30 segundos de demora para iniciar a ventilação até o 6º minuto após o nascimento.

No Brasil, segundo dados do Datasus, nascem cerca de três milhões de crianças ao ano, das quais 98% em hospitais. Em nosso país, a asfixia perinatal está associada a 20% dos óbitos neonatais precoces, sendo que entre 2005 e 2009, 13 recém-nascidos morreram ao dia devido a condições associadas à asfixia perinatal, sendo cinco deles a termo e sem malformações congênitas. Sabemos também que 10% dos recém-nascidos (em torno de 300.000 bebês por ano no Brasil) necessita assistência, por meio de ventilação com pressão positiva, para iniciar e/ou manter movimentos respiratórios efetivos ao nascimento, sendo que desses, 90% ficarão bem, se a ventilação for iniciada dentro do 1º minuto de vida e feita com técnica adequada.

A reanimação adequada ao nascimento é uma das oito intervenções estratégicas que visam diminuir a mortalidade infantil em nível mundial. O atendimento ao parto por profissionais de saúde habilitados pode reduzir em 20 a 30% as taxas de mortalidade neonatal. Estima-se que, além disso, a utilização das técnicas de reanimação resulte em redução adicional de 5 a 20% nessas taxas, levando à diminuição de até 45% das mortes neonatais por asfixia.


Nesse contexto, a SPRS vê com crescente preocupação o posicionamento do Ministério da Saúde minimizando os riscos relacionados ao parto e reduzindo a importância do atendimento ao recém-nascido ser feito por Pediatra. A SPRS, junto com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recomenda que o atendimento ao recém-nascido em sala de parto seja feito pelo melhor profissional capacitado, ou seja, o Pediatra treinado em todos os procedimentos de reanimação neonatal. Entendemos que nos locais em que a presença do Pediatra não for possível, o recém-nascido tem o direito de ser atendido por outro profissional habilitado em realizar a ventilação corretamente.

Sendo assim, mais uma vez parabenizamos a jornalista Rosane de Oliveira e salientamos a importância que opiniões desse tipo sejam emitidas por profissionais com essa credibilidade, em programas com a audiência que o Gaúcha Atualidade tem e em veículos com o alcance da Rádio Gaúcha. Acreditamos que é dessa forma que realmente se presta um bom serviço à comunidade.


Atenciosamente,


Dr. Marcelo P. Porto
Vice-Presidente da SPRS
Coordenador Estadual do Programa de Reanimação Neonatal da SBP

 



Ouça a manifestação da jornalista e editora de Política de Zero Hora Rosane de Oliveira no programa Gaúcha Atualidade de 08/05/2015.


Veja também:
Presidência da SBP solicita que cada pediatra manifeste sua opinião até 13/5 na Consulta Pública – Cuidado ao Récem-Nascido na Sala de Parto

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