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Pediatras alertam para os perigos da "brincadeira do desmaio"

Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul ressalta que o problema pode causar sérias lesões e levar os jovens à morte

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul alerta pais e professores sobre uma prática perigosa que está circulando pelas escolas brasileiras: a brincadeira do desmaio. A entidade destaca que não é uma ação nova. Porém, devido à facilidade de comunicação via internet, os casos estão aumentando no Brasil, o que gera preocupação por causa do potencial risco de se incorporarem no convívio dos adolescentes.

- O que os praticantes não sabem é que, faltando oxigênio no sangue para irrigar o cérebro, a pessoa desmaia. Médicos, professores, pais e mídia devem unir esforços para alertar e coibir esta ameaçadora brincadeira, que nada tem de lúdica. Os perigos são muitos e a prática pode causar crises convulsivas, coma, dependência e levar até à morte do jovem - destaca o Diretor Científico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Ilson Enk.

De acordo com o especialista, na França e nos Estados Unidos, há alguns anos, uma série de mortes causadas pela "brincadeira do desmaio" despertou campanhas educativas para professores, pais e alunos.

- É comum o adolescente querer experimentar novas sensações com o próprio corpo. Os pais e educadores precisam conversar com os jovens sobre esta curiosidade e esclarecer todos os riscos de se provocar a perda de consciência. É importante entender que somente criticar a prática não traz bons resultados. A preocupação de pais e responsáveis deve abrir espaço para exercitar os canais de comunicação com os adolescentes. Nada resolve apenas punir ou proibir, afinal o perigo fascina muitos jovens, atrai e pode ser facilitador de adesão ao grupo - lembra Ilson Enk.

A prática é uma indução ao desmaio. O jovem provoca uma hiperventilação, eliminando transitoriamente uma grande quantidade de gás carbônico e aumenta o nível circulante de oxigênio. A brincadeira gera uma retenção de gás carbônico, que provoca tontura e alucinação, além da falta de oxigênio.

Os perigos da brincadeira são:
- Hematomas e traumatismo craniano: durante a queda, o jovem pode se machucar;
- Crise convulsiva: pode prejudicar as funções cerebrais;
- Coma: causado pela falta de oxigenação no cérebro;
- Lesões cerebrais irreversíveis: alterações visuais, na motricidade, na fala e até prejuízos na interpretação do raciocínio;
- Dependência: o jovem pode se viciar na tontura pós-desmaio e ficar dependente dessa sensação, semelhante ao efeito das drogas;
- Morte: pode ocorrer devido à parada respiratória seguida da parada cardíaca.

 

Redação: Mariana da Rosa
PlayPress Assessoria de Imprensa

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