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Sarampo no RS – o quanto temos que nos preocupar ?

Tempos de Copa no Brasil, turismo bastante intenso em Porto Alegre e na Serra, com a visita de pessoas de diversas nacionalidades. Esse intercâmbio cutural poderá ser responsável pelo ressurgimento de doenças antigas de transmissão viral as quais encontravam-se um tanto quanto esquecidas, como o SARAMPO.

O sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968 no Brasil. Após a implantação do Plano de Erradicação do Sarampo, em 1999, houve redução do número de casos autóctones confirmados e, em 2000, foi registrado o útimo caso de sarampo autóctone no Brasil. Em 2013, houve aumento do número de casos, principalmente em Pernambuco, sendo casos importados.

Este ano, os Estados Unidos estão enfrentando um número recorde de casos de sarampo. De 1º de Janeiro a 20 de Junho de 2014 houve 514 casos confirmados de sarampo e notificados ao Centro Nacional do CDC. O sarampo ainda é comum em muitas partes do mundo, incluindo alguns países da Europa, Ásia, Pacífico e África, sendo que a maioria das pessoas que contraíram a doença não são vacinadas.

No RS, o útimo caso de doença confirmado pela Secretaria de Saúde ocorreu em 2011.
Até 11 de junho de 2014 foram notificados 11 suspeitas da doenças, já sendo descartados 9 casos – 2 ainda estão pendentes. Será que nosso estado está subnotificando os suspeitos? E esse grande número de turistas, poderá influenciar nossas taxas?

É importante que o pediatra gaúcho esteja alerta para os casos de pacientes com febre, sintomas catarrais e exantema, sendo a definição de caso suspeito: “Todo paciente que, independentemente da idade e da situação vacinal, apresentar febre e exantema acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite.”

Diante da ocorrência de casos confirmados em alguns estados brasileiros, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde recomendou, no início do ano, que as secretarias estaduais de saúde alertassem a todos os municípios e regionais sobre a situação atual do sarampo no país, enfatizando as medidas a serem adotadas diante da suspeita de sarampo:

• Notificação imediata de todos os casos suspeitos;

• Maior atenção a todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos útimos 30 dias ou que tenha tido contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior – nosso caso atual ! ;

• Orientação quanto ao isolamento domiciliar ou hospitalar do caso suspeito até o final do período de transmissibilidade (quatro dias após o início do exantema);

• Coleta de amostras clínicas para sorologia e identificação viral, no momento do primeiro atendimento, e encaminhamento ao laboratório de referência;

• Bloqueio vacinal dos contatos em até 72 horas e monitoramento de contatos por até 21 dias;

• Investigação dos casos quanto às possíveis fontes de infecção;

• Busca retrospectiva de casos em prontuários de hospitais e laboratórios públicos e privados;

• Atualização de cartão de vacinação;

• Elaboração e divulgação de informação sobre a situação epidemiológica por meio de notas técnicas, relatórios e informes epidemiológicos.


Assim, é nosso dever suspeitar da doença, notificar a fim de obter-se a confirmação ou não da mesma, e incentivar a atualização vacinal das crianças através da vacina MMR com 12m e reforço antecipado para até 2 anos de vida.
 

Dra. Clarissa Carvalho
Diretora Científica da Sociedade de Pediatria do RS

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