O estresse acomete não somente os adultos e há uma série de fatores comuns causadores dessa condição em crianças e adolescentes. Neste caso, esse distúrbio nada mais é do que uma reação do organismo diante de situações difíceis.
A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) alerta para a importância da reflexão sobre o assunto, tornando essencial que pais, cuidadores e profissionais da saúde estejam atentos aos sinais e saibam como lidar com esse desafio. O médico Marcelo Porto, diretor científico da SPRS, comenta os fatos comuns e que trazem dificuldades para as famílias.
“Problemas financeiros, de saúde e entre outros estão entre as causas que provocam desconforto no núcleo familiar. A criança não pode ficar de fora do assunto, pois ela percebe que tem algo acontecendo e acaba absorvendo isso”, avalia.
Conforme Porto, as causas do estresse infantil são diversas e podem incluir eventos como separação dos pais, nascimento de um novo irmão, brigas no ambiente familiar, exposição à violência doméstica, perda de pessoas queridas, problemas na escola, excesso de responsabilidades, busca exagerada por um bom desempenho escolar, mudanças de cidade ou de escola, entre outras.
“É fundamental que os pais estejam atentos às variações no comportamento de seus filhos, que podem incluir choro excessivo, aumento no número de pesadelos, dificuldade para dormir, ansiedade, insegurança, impaciência e desobediência. Nenhuma alteração deve ser negligenciada”, alerta o médico.
Com uma sociedade cada vez mais conectada e de maneira precoce, o médico pontua que o uso excessivo de telas também é um agente causador de estresse infantil. “Esse uso absurdo de telas, principalmente no que se refere aos jogos e as redes sociais, são um franco causador de estresse e ansiedade”, ressalta. “Isso implica na necessidade de aprovação da criança ou do adolescente pelo meio em que ele está inserido”.
O Dr. Marcelo Porto destaca a importância de criar um ambiente de apoio e comunicação aberta para que as crianças se sintam à vontade para expressar suas preocupações e medos. “A criança precisa de diálogo em toda e qualquer circunstância. Falar com a criança e fazer com que ela entenda que há sim um problema, e que esse problema não é originado por ela. Durante uma fase longa da infância, a criança, de uma forma meio mágica, acha que o mundo gira ao seu redor, e que, portanto, os problemas que os pais estão enfrentando são originados por ela”, acrescenta. A compreensão e o suporte dos pais são cruciais para ajudar as crianças a enfrentarem e superarem o estresse, encaminhando para ajuda profissional de um psiquiatra ou psicólogo, sempre que necessário.
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