Em um mundo onde avanços científicos e tecnológicos ocorrem em ritmo acelerado, uma prática como a amamentação continua a ocupar um lugar crucial na promoção da saúde infantil. A amamentação, além de nutrir e fortalecer os recém-nascidos, estabelece um vínculo inestimável entre mãe e filho, proporcionando benefícios que ecoam por toda a vida. Como parte das atividades do Agosto Dourado, movimento de conscientização sobre a importância do aleitamento materno, a SPRS promoveu uma abordagem sobre o tema. Especialistas se reuniram para compartilhar seus conhecimentos e percepções em uma live intitulada “Agosto Dourado: Como Fazer a Diferença na Amamentação de Famílias Trabalhadoras”. O evento ocorreu no dia 21 de agosto, às 19h, por meio da plataforma Zoom.
Uma das convidadas foi Elsa R.J. Giugliani, que é Professora Titular em Pediatria da UFRGS. Ela salientou a importância de debater o tema. Na sua manifestação, a palestrante detalhou o perfil de mulheres que amamentam, devendo considerar trabalhadoras formais, informais e trabalhadoras do lar.
“Amamentar é um trabalho exaustivo e que deveria ser remunerado por si só. Nos primeiros seis meses de vida do bebê, são aproximadamente 650 horas dedicadas à amamentação. Esse é um período em que a mulher deve dedicar-se exclusivamente a isso. Entre as ações importantes a serem tomadas por nós, profissionais da saúde, estão o acolhimento da família, informar os direitos, envolver rede de apoio e orientar a manutenção da amamentação após o retorno ao trabalho”, afirmou.
Para falar sobre a importância da adequação no ambiente de trabalho de modo que acolha as mães em fase de amamentação, foi convidada Indira V. Reyes, Médica do Trabalho da empresa John Deere Montenegro.
“Procurei apresentar a prática no ambiente do trabalho. Começamos com inauguração da sala de apoio a amamentação na empresa, onde buscamos atender às adequações até o reconhecimento por parte do Ministério da Saúde que tivemos. Dentro da empresa, precisamos agradecer a várias pessoas que entenderam a importância desse trabalho. Hoje o que incentivamos é que a mãe faça a extração do leite no momento em que ela entender necessário. Na primeira ou segunda semana, ainda não há essa percepção pela própria mãe, mas aos poucos o corpo vai se comunicando e é preciso ela ter essa liberdade”, explicou.
Ludmila P. Araújo, Procuradora do Trabalho no RS, reforçou que é preciso acabar com tabus em relação ao assunto, priorizando a saúde e bem-estar de mães e bebês.
“Eu tive uma realidade ótima que está me permitindo amamentar há um ano, mas a gente sabe que essa não é a realidade de muitas mães. A licença-maternidade é um direito da mulher que tem a ver com a amamentação, mas serve não só para isso. Também para o fortalecimento do vínculo mãe e bebê”, declarou.
Por fim, Leandro Nunes, Médico dos Departamentos de Aleitamento Materno da SPRS e SBP, falou dos inúmeros benefícios que a amamentação proporciona, salientando o vínculo e o cuidado com as novas formações familiares.
“É importante entender tudo que cerca a mulher. Ao amamentar, há muitos casos de dor intensa e de cansaço. Nem sempre é um processo fácil. Há casos de pais muito participativos hoje que auxiliam e levam o bebê até a mãe. Então, cada mãe tem uma realidade que precisa ser compreendida”, disse.
A iniciativa buscou fomentar uma discussão aprofundada sobre os desafios enfrentados por famílias trabalhadoras quando se trata de amamentação, bem como destacar estratégias e práticas que podem impactar positivamente nesse contexto.
Redação: Marcelo Matusiak
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