O tema é motivo de preocupação para a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, que faz um alerta sobre a crescente problemática da obesidade entre crianças e adolescentes. O relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, aponta que, até meados de setembro de 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade. Em 2021, a APS diagnosticou obesidade em 356 mil crianças dessa mesma idade. A condição traz consequências graves para a saúde física e mental dos pequenos, como o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, distúrbios alimentares e baixa autoestima.
A pediatra e membro da SPRS, Cristiane Kopacek, ressalta a importância dos pais terem consciência sobre a relevância de uma alimentação saudável.
"É fundamental discutir as dúvidas com o pediatra, mas o bom senso desempenha um papel crucial. Se perguntarmos a uma criança qual é a opção mais saudável entre uma maçã e uma bolacha recheada, ela saberá responder que a fruta é melhor. Portanto, é importante que os pais também se preocupem em educar seus filhos em relação ao comportamento alimentar", afirma.
A SPRS está comprometida em combater a obesidade infantil e trabalhar em parceria com pais, escolas e profissionais de saúde para promover um ambiente favorável à saúde e ao bem-estar das crianças. Reforça a importância de adotar hábitos alimentares saudáveis, incentivar a prática regular de atividades físicas e limitar o consumo de alimentos ultraprocessados. Além disso, é essencial o acompanhamento pediátrico regular para monitorar o crescimento e desenvolvimento das crianças, identificar precocemente o risco de obesidade e proporcionar intervenções adequadas.
Atualmente, a Região Sul possui 11,52% de crianças obesas nessa faixa etária, maior índice do país. Em seguida aparecem as regiões Sudeste, com 10,41%; Nordeste, com 9,67%; Centro-Oeste, com 9,43%; e Norte, com 6,93% das crianças acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde na região.
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) do Ministério da Saúde reconhece a obesidade como um problema de saúde pública. Por ser multifatorial, a doença exige intervenções integradas de diversos setores, além da saúde, para deter o avanço e garantir o pleno desenvolvimento durante a infância.
Redação: Marcelo Matusiak
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