O XV Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria teve início nesta quinta-feira (04/05), na cidade de Gramado, promovendo a discussão de temas atuais e de impacto no cuidado com a saúde das crianças e adolescentes. Serão três dias de programação com palestras, talk shows e apresentação de casos clínicos. O evento é uma realização da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) e acontece no Centro de Eventos do Master Premium Hotel. O presidente do evento, Leandro Nunes, saudou os presentes destacando que a organização da grade científica foi toda elaborada a partir de sugestões dos participantes.
Na solenidade de abertura, o presidente da SPRS, Sérgio Amantéa, trouxe de uma forma bem humorada a rotina e os desafios do pediatra que passa por dificuldades como a mania de bagunça da criança, o comportamento das mães e as dificuldades sempre presentes nos consultórios, clínicas e hospitais.
A conferência com a apresentação de Hany Simon Junior (SP) trouxe na sequência, um tema complexo que é o “Erro Médico em Pediatria”. Ele lembrou que o cuidado na comunicação é fundamental, já que cerca de 70% dos erros ocorrem por algum ruído neste processo.
“Além de uma avaliação clínica, é importante ouvir detalhadamente o que os pais estão descrevendo. A soberba pode levar a cometer um erro. Não ceder à pressão de alta é um outro aspecto. Por fim, a tecnologia veio para ajudar, mas também é uma fonte de problemas, uma vez que é possível ter um equívoco na implantação, na metodologia, ou nos dados do usuário”, alertou Hany Simon Junior (SP).
Atualizações
O bloco seguinte trouxe atualizações em guidelines de diferentes áreas da Pediatria. Renato Soibelmann Procianoy (RS) falou da “Icterícia neonatal”, comparando o tratamento de icterícia neonatal da Associação Americana de Pediatria AAP de 2004 e de 2022, analisando as vantagens de cada um, e apontou o padrão atual no tratamento de icterícia neonatal para recém-nascidos com menos de 35 semanas de idade gestacional.
"Por que nos preocupamos tanto com a icterícia no recém-nascido? Não é porque ele esteticamente ganha a cor amarelada, mas sim por sua neurotoxicidade, ou seja, pela relação de efeito adverso no sistema nervoso”, disse.
Alergias alimentares
As alergias alimentares são outras situações recorrentes na Pediatria. O tema foi apresentado pela pediatra Cristina Targa Ferreira. Em sua fala, destacou que os sintomas clínicos são relacionados a uma resposta imune anormal do hospedeiro, após a ingestão de proteínas alimentares. Causa reações adversas derivadas de uma resposta imunológica específica, reprodutível, na exposição a um alimento. A Alergia à Proteína do Leite de Vaca é a mais comum na infância precoce, e o diagnóstico requer exclusão e desencadeamento.
“Na maioria dos casos indicamos fórmulas à base de proteína de soja (a partir 6 meses): até 60% casos. Importante lembrar que não IgE mediados podem reagir à soja. Os leites de outros mamíferos não são indicados, basicamente porque terão o mesmo problema do leite de vaca (homologia entre as proteinas)”, afirmou.
A história natural, na maioria das vezes, é evolução para resolução espontânea, em períodos variáveis, dependendo do processo imunológico.
Choque
A atualização nos procedimentos de Choque foi a temática trazida pela convidada Joelma Gonçalves Martin (SP). Durante sua fala, apresentou aspectos técnicos do Choque, expressão clínica da falência circulatória aguda que resulta na oferta insuficiente de oxigênio para os tecidos. Como orientação geral no procedimento, a médica lembrou a importância de medir a aderência aos pacotes anteriores e fazer a análise de melhoria e pontos de barreira.
“É fundamental ter a coragem de ver o que não está funcionando em um procedimento. A falta de uma correção de rumo pode impedir que consigamos diminuir a taxa de mortalidade”, explicou.
Asma
No final do bloco, Paulo Márcio Condessa Pitrez (RS) apresentou procedimentos existentes no GINA (Global Initiative for Asthma), entidade internacional que trabalha para reduzir a prevalência, morbidade e mortalidade da asma. O médico falou sobre uma mudança importante no critério do que é considerado um caso grave.
“Antes era considerada uma situação grave quando havia uma visita a uma sala de emergência ou hospitalização. Hoje, o critério é ter ingerido um corticoide oral. Isso ocorre por conta de problemas futuros no uso de corticoides de forma recorrente. É uma forma diferente: ou seja, tolerância zero para os sintomas”, descreveu.
Ao final do dia, os participantes acompanharam também a oficina “Injúrias Externas e Segurança do Paciente Pediátrico”, em uma parceria da SPRS com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS). O espaço contou com os palestrantes Adriana Becker (RS), Daniel Sauer Wolff (RS) e Adriana Pereira da Cunha do Espírito Santo (RS).
Sexta-feira (05/05)
A programação continua na sexta-feira e no sábado. Os detalhes podem ser conferidos no site do evento através do link https://gauchopediatria.com.br/programa.asp
Redação e fotos: Marcelo Matusiak
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