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Técnica de redução da temperatura corporal aumenta chances de sobrevivência de bebês com asfixia

Uma técnica complexa e que utiliza uma redução induzida de temperatura do recém-nascido é a esperança de sobrevivência para pacientes que entram em um processo de asfixia. O assunto foi trazido pelo médico pediatra neonatologista do Centre Universitaire de Sante McGill, no Canadá, que esteve recentemente no Rio Grande do Sul participando do V Congresso de Atualização em Pediatria, realizado em Porto Alegre. Guilherme Mendes Santa´Anna apresentou detalhes da novidade que tem sido estudada de forma intensa nos últimos seis anos.

- A hipotermia induzida é um tratamento novo que se aplica ao nenê que nasce com asfixia, ou seja, falta de oxigenação e perfusão no cérebro, seja em momentos antes, durante ou após o parto - disse.

A técnica consiste na colocação do nenê em uma unidade sobre um cobertor que circula uma água resfriada e, desse modo, se monitora a temperatura do esôfago, ou seja, a temperatura central do paciente. No Brasil uma parte dos hospitais já faz a prática, porém em países como o Canadá, ele está presente em praticamente todas as unidades hospitalares.

- O objetivo é trazer essa temperatura que, normalmente é de 36 graus e meio, para 33 graus e meio. O benefício disso é que se reduz o metabolismo cerebral o que permite um tempo de reabilitação depois do evento da asfixia. Esse procedimento de resfriamento, hoje em dia, é feito durante 72 horas - completa Sant´Anna.

O médico ressalta a importância que se comece o processo nas primeiras seis horas de vida. O reaquecimento é feito de forma paulatina ao longo de mais seis horas até que se estabeleça a temperatura normal do corpo do paciente.
Um dos maiores desafios para o uso da técnica da hipotermia Induzida em pacientes com asfixia é a complexa estrutura exigida para o procedimento. Tratam-se, quase sempre, de pacientes doentes graves, muitas vezes com instabilidade respiratória e cardíaca e, alguns, com convulsão.

Por tudo isso, é indispensável contar com eletroencefalograma, um neuro-pediatra e de um neonatologista com conhecimento do tratamento e que domine os efeitos colaterais da prática.

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