A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) reforça o alerta, no momento em que é lançada uma nova campanha pelo Governo Federal para retomar a mobilização pela vacinação infantil. O Movimento Vacina Brasil tem como objetivo incentivar que os pais busquem os postos de saúde para colocarem a carteira de vacinação em dia. O médico lembra que é fundamental respeitar os prazos e períodos estabelecidos pelos médicos para realização da imunização.
“A faixa etária da infância é considerada um grupo extremamente vulnerável a doenças infecciosas principalmente no primeiro ano de vida. A partir do momento que é feita a proteção individual e consegue-se altos níveis de coberturas vacinais, obtém-se a proteção coletiva. Muitas vezes ao vacinar uma faixa etária, tem-se a imunidade em rebanho, que é a proteção de outras pessoas que não receberam vacina. Além disso, a partir de uma cobertura, por exemplo, esperada para o sarampo de 95%, é muito pouco provável que a doença circule”, afirma o membro do Comitê de Infectologia da SPRS, Juarez Cunha.
O médico reforça que a vacina do sarampo que é de vírus vivo atenuado, por exemplo, não pode ser aplicada em crianças imunodeprimidas por uma série de razões que pode ser tratamento com medicamentos de câncer ou que estejam sendo submetidas a quimioterapia.
“Se tivermos uma alta cobertura vacinal no restante da população, estaremos protegendo estas que não podem receber a imunização. O que gostaríamos em termos de prevenção e promoção da saúde é incentivar a proteção da coletividade. Vacinar é um ato de cidadania e de amor, não só pensando em si, mas no outro também”, completa Juarez.
Em relação aos reforços é preciso lembrar que há um motivo para isso.
“Em vacina contra tétano, difteria e coqueluche, por exemplo, se faz uma dose adicional porque os anticorpos vão caindo com o tempo, e é preciso estimular novamente para que o organismo esteja com as defesas prontas para agir. Não são todas vacinas que possuem reforços, mas as que têm precisam ser obedecidas”.
O papel das vacinas é fundamental para impedir que voltem a ocorrer casos de doença que já estão controladas no país. O médico cita que a varíola é a única doença, atualmente, erradicada. O sarampo foi eliminado, retornando a partir de 2018. Febre amarela é outra doença que estava controlada e desde 2016 há surtos. A Poliomelite é uma doença com elevado risco porque está presente em alguns países do mundo e nossas coberturas em determinadas regiões estão com menos de 50% de cobertura vacinal, e se não houver um foco para manutenção das imunizações, há risco dela retornar.
Redação: Marcelo Matusiak
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