A Triagem Neonatal, ou Teste do Pezinho, como é conhecida popularmente, é responsável pela identificação precoce de seis doenças que podem levar, entre outros agravos, ao retardo mental grave e/ou óbito se não ocorrer o diagnóstico e o tratamento em tempo hábil das referidas doenças, que são assintomáticas no período neonatal. O RS se encontra na Fase IV do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) do SUS/MS, triando e transportando as amostras dos 497 municípios gaúchos, realizando busca ativa dos testes alterados, fazendo confirmação diagnóstica e possibilitando o tratamento de: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, anemia falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. A cobertura da Triagem Neonatal pelo SUS gira em torno de 80% no Rio Grande do Sul.

“É uma ação preventiva que salva e muda a vida dos bebês. A data não pode passar em branco, pois a garantia de acesso à informação e à realização da Triagem Neonatal precisa estar ao alcance de todos, profissionais e população, para a garantia da eficácia dessa importante ação para a saúde das nossas crianças”, afirma a médica da Sociedade de Pediatria do RS, Celia Maria Boff de Magalhães.

Com o início do distanciamento social (medidas de isolamento) em março/abril de 2020, por orientação do MS e Estado do RS, visando a desaceleração de contaminação por COVID-19, o Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Estado (SRTN/RS) observou que ocorreu uma diminuição importante de coletas do TP nas Unidades Básicas do RS. Assim, a Política Estadual de Triagem Neonatal (PETN) do RS elaborou uma Nota Técnica orientando as maternidades do Estado, como alternativa, que coletassem o TP dos bebês na alta do RN, pois as mães estavam evitando a ida à UBS, pelo receio do COVID-19.

Com a evolução do processo, observou-se que ocorreram muitas coletas antes das 24 horas de vida do recém-nascido (RN), aumentando a possibilidade de falso negativo.

Assim, em 25/05/2020 a PETN/RS elaborou nova Nota Técnica do Teste do Pezinho na Vigência do COVID-19 onde refere, em relação à Coleta do TP no RS: a responsabilidade pela coleta do TP permanece das Unidades de Saúde de Atenção Básica, sendo importante ressaltar que a coleta nas maternidades é uma ALTERNATIVA. As maternidades podem continuar coletando o TP, desde que a coleta ocorra após as 48h de vida do RN. Do contrário, as mães devem ser orientadas a procurar a UBS para coleta do TP, do terceiro ao quinto dia de vida do recém-nascido.

As demais orientações quanto a transporte das amostras, primeira consulta no SRTN/RS/HMIPV para confirmação diagnóstica, consultas de acompanhamento, solicitação de exames e fluxo de distribuição do insumo do TP permanecem inalteradas, conforme Nota Técnica de 25/04/2020.

Ações

O SRTN-RS, em conjunto com a PETN/RS, realizará algumas iniciativas alusivas à data. Como forma de ampliar o conhecimento e o acesso a informações, divulgará ao longo do mês de junho através dos canais oficiais de comunicação eletrônica da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e da Secretaria Estadual de Saúde, os Fluxos de Triagem Neonatal das seis doenças do Teste do Pezinho SUS no RS. Participará, ainda, de dois encontros de grupos de interesse (SIG) da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE)/Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (Rnp), vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), conforme as agendas abaixo:

- 05/6 Desafios da Triagem Neonatal em tempos de COVID19: experiência do RS e de SP (SIG RUTE COVID19-BR)
Link de acesso: http://conferenciaweb.rnp.br/webconf/rute-sig-covid19-br

- 08/6: Triagem Neonatal da Hiperplasia Adrenal Congenita: panorama geral e estudos de custo-efetividade (Tânia Bachega e Mirela Costa Miranda - SIG Endoped RUTE)
Link de acesso: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/sigendocrinoped
 

Redação: Marcelo Matusiak
PlayPress Assessoria de Imprensa
Foto: SES/RS