A complexa situação de confinamento das famílias é necessária e exige um preparo especial em relação a saúde mental de toda a população. Uma das maiores preocupações iniciais dos pais é como explicar para as crianças tudo que está acontecendo no mundo? O médico pediatra e psiquiatra infantil e psicanalista, Victor Mardini, comenta que o grau de compreensão varia de acordo com a maturidade e idade de cada um, mas que a transparência é indispensável para qualquer faixa etária.
“Para uma criança pequena é importante explicar. Talvez fazê-lo lembrar alguma vez que tenha tido uma gripe, só que explicar que dessa vez se passar para o vovô e vovó será muito mais forte. Já para uma criança maior ou adolescente é importante estar presente e saber selecionar a informação evitando que cheguem até ele inverdades sobre o assunto. É uma situação complexa que está acontecendo com o confinamento. Por um lado é interessante, uma vez que os pais estão ficando em casa com trabalho tipo home-office ou com suspensão das atividades externas e junto aos seus filhos. Por outro lado o ambiente é muito angustiante. Há uma série de incertezas. Quanto menores as crianças são, mais elas espelham o sentimento que passa pelos pais”, explica.
Inevitavelmente as crianças perceberão a tensão emocional dos pais. O quadro mais desafiador é o cenário de incerteza, quanto a doença que ainda é muito desconhecida e quanto ao fato de haver suprimentos para se manter em casa com os filhos.
“Notícias de supermercados com prateleiras vazias, assustam muito as pessoas, e consequentemente é difícil para os pais poderem desenvolver um momento tranquilo com os seus filhos. Neste sentido existe a garantia dos supermercadistas e produtores de que não vai faltar alimentos, o que é importante que seja compreendido por toda população”, completa.
Um aspecto social que deve ser positivo é uma visão coletiva da população, e essa lição deve ser aprendida e transmitida aos filhos. O confinamento em casa não é apenas para si próprio, mas para evitar que outras pessoas fiquem doentes. Nesse aspecto, o médico também reforça a importância de conversar com os adolescentes sobre a importância, neste contexto, de prevenção da propagação da doença para os mais velhos, uma vez que por estarem lidando com uma fase de conflitos interiores, é comum que estejam mais voltados para si próprios.
Redação: Marcelo Matusiak
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