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Junho Lilás lembra importância do Teste do Pezinho


Neste 06 de junho se comemora os 16 anos do Programa Nacional de Triagem Neonatal, responsável pelo Teste do Pezinho e que, pela sua abrangência, é considerado uma das maiores ações de Saúde Pública do mundo. Somente no Rio Grande do Sul, em 2016, foram mais de 130 mil exames feitos, o que corresponde que 95% das crianças nascidas fizeram a avaliação, e a maioria delas a fizeram gratuitamente pelo SUS. O teste permite o diagnóstico e consequente tratamento precoce, diminuindo ou eliminando as sequelas de seis diferentes doenças.

Junho Lilás 2017 SPRS

Através de gotas de sangue coletada do calcanhar do bebê é possível identificar a fenilcetonúria, hipotiroidismo congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. A maior parte das doenças triadas no Teste do Pezinho não apresentam sintomas nos recém-nascidos. O risco em não se diagnosticar precocemente é gerar sequelas graves, e até irreversíveis em alguns casos, no desenvolvimento da criança, que só serão perceptíveis tardiamente. Para a sua maior eficácia, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) alerta que ele deve ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê.

No RS, desde 2001 o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) de Porto Alegre é responsável pelas ações de Triagem Neonatal no SUS. Lá, são realizadas mais de 60 mil análises laboratoriais mensais, que são enviadas a partir de aproximadamente 1,3 mil postos de coleta, distribuídos nos 497 municípios gaúchos. Atualmente, 1.250 pacientes de diferentes faixas etárias e de todas as regiões do Estado são atendidos por uma equipe composta por médicos pediatras, endocrinologistas, geneticistas, hematologistas e pneumologistas, profissionais das áreas de nutrição, psicologia e assistentes sociais.

Atividades do mês

Para comemorar o Junho Lilás estão programadas ações no HMIPV: confraternização de pacientes, familiares e equipe, além de atividades de capacitação e educação em saúde. Um dos eventos marcados é o “I Seminário Estadual sobre Triagem Neonatal com foco nas UTI neonatais do RS”, que ocorrerá no próximo dia 13 de junho no próprio Hospital.

I Seminário Estadual sobre Triagem Neonatal com foco nas UTI neonatais do RS





Cobertura do Teste do Pezinho no Rio Grande do Sul, em 2016

Nascidos vivos: 141.181
Testes realizados: 133.259 (cobertura de 94,5%)
Testes realizados pelo SUS:
107.178 (76% do total de testes realizados)


Como é feito o exame?

O exame consiste na retirada de gotas de sangue do calcanhar do bebê. Por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido através de uma única punção, rápida e quase indolor. O teste faz o diagnóstico de fenilcetonúria, hipotiroidismo congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.

Quando fazer o teste?
O teste do pezinho deve ser feito entre o 3º e o 5º dias de vida do RN, pois esta é a maneira de descobrir estas doenças a tempo de tratá-las, impedindo o aparecimento das complicações.

Onde fazer?

O Teste do Pezinho é realizado gratuitamente em mais de 1,3 mil Unidades de Saúde, em todos os municípios do Estado do Rio Grande do Sul.

Doenças

Fenilcetonúria - é uma doença herdada dos pais, em que as crianças não conseguem desmanchar a fenilalanina, uma substância existente no sangue. A doença causa o acúmulo dessa enzima, que poderá afetar o cérebro e levar à deficiência mental. As crianças nascem normais, mas à medida que recebem alimentos ricos em fenilalanina (como leite e derivados, feijão, ovos, carnes, entre outros), passam a acumulá-la no corpo sem conseguir metabolizá-la. A frequência dessa doença é de 1 caso em cada 10 mil recém-nascidos.

Hipotireoidismo congênito - é uma doença causada pela ausência ou pela reduzida produção do hormônio da tireoide, importante para o amadurecimento e funcionamento de vários órgãos, em especial o sistema nervoso central. A falta do hormônio provoca retardo neuropsicomotor acompanhado de lesões neurológicas irreversíveis, além de outras alterações corporais. O diagnóstico precoce pode prevenir o retardo mental das crianças que apresentam esta doença através de um tratamento simples de reposição de hormônios.

Fibrose cística - também chamada de mucoviscidose, a fibrose cística é uma doença genética, hereditária . Ela compromete o funcionamento das glândulas exócrinas (que produzem substâncias como muco, suor ou enzimas pancreáticas). O paciente tem má absorção de nutrientes e não ganha peso, apesar de alimentar-se bem. Quanto ao aparelho respiratório, o pulmão produz muco espesso que pode ficar retido nas vias aéreas e ser invadido por bactérias. Outros sintomas são tosse com secreção produtiva, pneumonias de repetição, bronquite crônica. Estimativas do Ministério da Saúde apontam a existência de um milhão e meio de portadores dessa doença no Brasil, muitos ainda sem diagnóstico.

Anemia falciforme - é uma doença hereditária, em que os glóbulos vermelhos, diante de certas condições, alteram sua forma tornando-se parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Estes glóbulos alterados grudam-se uns nos outros, dificultando a passagem do sangue nos pequenos vasos do corpo, levando ao aparecimento de dor e inchaço nas juntas, anemia, infecções, entre outras consequências. O portador da doença falciforme, desde que diagnosticado precocemente, tratado adequadamente e acompanhado periodicamente pela equipe de saúde, pode ter uma vida normal.

Hiperplasia adrenal congênita - também chamada de Hiperplasia Congênita das Suprarrenais (HCS). É uma doença hereditária rara (1 caso para cada 15 mil nascidos), caracterizada pelo crescimento exagerado do córtex da glândula adrenal e um defeito hereditário na biossíntese do cortisol. A pessoa com essa doença produz em menor quantidade os hormônios cortisol e aldosterona, e em excesso os androgênicos, que são hormônios masculinizantes. Além disso, o decréscimo da produção de cortisol leva a um aumento do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), e estimula assim a produção de esteroides adrenais. Pode levar a óbito nos primeiros 15 dias de vida, senão ocorrer diagnóstico precoce pelo TP.

Deficiência de biotinidase - doença genética caracterizada pelo mau funcionamento de uma enzima, a biotinidase, responsável por separar e liberar a vitamina biotina dos alimentos (vitamina B7 ou B8). Quando essa enzima não funciona adequadamente, a vitamina não consegue ser liberada dos alimentos, e, por isso, não é utilizada pelo organismo. Quanto mais cedo a deficiência de biotinidase for diagnosticada, mais rápido é iniciado o tratamento com reposição da vitamina biotina livre, e menos chances terá a criança de manifestar os sinais e sintomas características da doença.


Fonte: Assessoria de Comunicação Social da SES/RS.

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