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Praia, sol, mar: pediatras alertam para os principais cuidados com as crianças durante o verão


O protetor solar não pode ser usado em bebês menores de seis meses? Quais são os principais cuidados com alimentos nessa época do ano? É permitido brincar com boias na piscina? Quais doenças são transmitidas durante o verão na praia? As dúvidas nos cuidados com os pequenos no verão são muitas. De acordo com o pediatra do Comitê de Ambulatorial da Sociedade de Pediatria do RS (SPRS), Sílvio Baptista, é preciso estar atento aos fatores que normalmente causam mais problemas aos pais e aos filhos durante as férias. O pediatra salienta que a viagem começa com os cuidados básicos com o carro.
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- É uma época com muitos acidentes. Então, aconselhamos sempre fazer a revisão nos veículos antes de sair e pegar a estrada. Dentro do carro, na organização das malas, nunca deixar nada que fique com nível mais alto que o banco ou deixar objetos soltos, pois podem ser perigosos em casos de frenagens bruscas. É importante ressaltar que todos os ocupantes precisam estar com cintos bem presos e adequados às idades, em casos de crianças. O cinto deve ficar entre o pescoço e os ombros. Também recomendo que tenha algum adulto acompanhando a criança no banco traseiro, para qualquer eventualidade - afirma Sílvio Baptista.

As diversidades das brincadeiras aumentam durante o verão. Porém, os acidentes ocasionados por quedas de bicicletas, skates e demais esportes sobre rodas também são maiores. Por isso, alguns detalhes devem ser percebidos pelos adultos.

- Enquanto a criança é menor, é mais fácil de criar a rotina de colocar cotoveleiras, capacete e joelheiras, por exemplo. Então, aproveitar os pequeninhos e já demonstrar a importância de usar esses equipamentos. Nos maiores, ressaltar que um acidente pode estragar o final de semana, ou as férias, e insistir no uso de proteção - explica.

Na água, em piscinas, no mar e em lagoas, a atenção precisa ser totalmente voltada à criança.

- Morre uma pessoa a cada uma hora e meia no Brasil por afogamento. É um dado bem assustador e precisamos estar atentos. As boias de braço não são seguras, apesar de passarem uma falsa sensação de segurança. O ideal é usar coletes e aqueles maiôs com boias. Entretanto, os pais precisam estar sempre juntos. A distância segura é um braço de distância para as crianças que não sabem nadar. Mesmo as que sabem, é preciso ter atenção total, sem desviar o olhar para outros assuntos - lembra Sílvio Baptista.
 

Cuidados com o sol

Se as crianças escolhessem o tempo de ficar dentro da piscina, elas gostariam de permanecer o dia inteiro brincando e se refrescando. Porém, os pais devem ficar atentos aos cuidados com o sol e a pele dos pequenos. De acordo com a dermatologista pediátrica, sócia da SPRS, Ana Elisa Kiszewski Bau, o ideal é manter exposição antes das 11h e depois das 16h, quando for horário de verão, ou antes das 10h e depois das 15h, se for o horário normal. A médica também explica que os bebês menores de seis meses não devem receber proteção com filtro solar. Por isso, não devem ser expostos ao sol mais do que quinze minutos, no horário indicado.

- Até os seis meses, não é recomendado que tenha exposição solar prolongada. Existe um risco bem alto de dar algum problema, como ensolação ou queimadura mesmo. Os riscos são reais. Depois dos seis meses, é permitido o uso, mas o filtro solar tem que ser do tipo físico. Essa informação aparece o rótulo, com indicação de "baby", "bebê" ou "filtro mineral". Depois dos dois anos, já pode passar para os filtros solares "kids". O filtro adulto só é indicado para maiores de doze anos - destaca Ana Elisa Kiszewski Bau.

A dermatologista enfatiza que não adianta passar o protetor solar apenas uma vez ao dia, mas repassar a cada duas horas. Quando a criança está na piscina, reaplicar a filtro a cada hora, sempre secando a criança antes de passar a proteção.

- Nas crianças, e também nos adultos, mas principalmente nos pequenos, precisamos evitar a queimadura a todo custo. Estudos mostram que queimadura solar na infância está relacionada com uma propenção a desenvolver o câncer de pele na vida adulta - salienta.

Dias nublados também merecem atenção especial. A pediatra orienta a utilizar protetor solar todos os dias do ano, inclusive em dias nublados, mesmo na praia e quando o objetivo é ficar pouco tempo na rua.
 

Medo dos mosquitos

O infectologista da SPRS, Marcelo Scotta, lembra que uma das grandes preocupações do verão são as doenças transmitidas por mosquistos. Por isso, é importante que os adultos eliminem os focos de água parada em casa. Para brincar com mais segurança, a indicação é utilizar repelentes nos pequenos.

- Os repelentes são fundamentais para quem vai para a praia. Geralmente as casas estão menos adaptadas, com proteção contra mosquitos. Existem diversas marcas de repelentes e é bom verificar a durabilidade de cada produto. Também é bom explicar que não devemos passar repelentes nas mãos nem no centro da face. Não precisa passar no corpo todo, apenas nas partes expostas - relata.

Quando utilizar o protetor solar e o repelente, passar primeiro o filtro.
 

Alimentação sem intoxicação

A nutróloga da SPRS, Claudia Hallal Alves Gazal, lembra que a intoxicação alimentar é muito comum no verão, e o problema normalmente está relacionado ao ao transporte e à armazenagem dos alimentos.

- Precisamos nos preocupar e cuidar bastante da alimentação. A água, por exemplo, se não sabe a origem, e é raro sabermos isso em viagens de férias, é recomendado ferver e conservar refrigerada. Quando possível, usar água filtrada e potável. Verificar se os condomínios lavam as caixas d'água com frequência também é essencial - afirma.

A pediatra ainda recomenda não oferecer carnes cruas ou mal cozidas às crianças e manter atenção redobrada aos alimentos com ovos, leite, queijo e derivados, durante o verão.

- Não ingerir ovos com a gema mole é um primeiro conselho. Essa gema é muito comum e encontramos em doces e em maioneses. Manter os ovos na geladeira, mas não na porta, na parte interna da geladeira. Sempre oferecer leite que seja pasteurizado aos pequenos e verificar se o queijo também é feito com esse leite - alega.

Os alimentos não devem ficar mais de duas horas fora da geladeira. Além disso, os perecíveis devem ser consumidos antes de dois dias, quando armazenados na geladeira. A pediatra ainda destaca para a necessidade de manter a cozinha bem limpa e higienizada, assim como as mãos.

Depois de conferir os cuidados passados pelos pediatras, vai ficar mais tranquilo curtir os dias quentes de verão.
 

Redação: Mariana da Rosa
Foto: Marcelo Matusiak
PlayPress Assessoria de Imprensa
 

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